sábado, 29 de maio de 2010

os meninos, os rapazes, os homens
eles vêm e dizem
caco de vidro, espátula, fogo
aqui não é o seu lugar
a própria rua  seu trajeto dizem
não!
aqui não é o seu lugar
uma gárgula
as pedras
o vento
intuo.
aqui não é o meu lugar.
eu vou
eles vêm e dizem
AQUI NÃO É O SEU LUGAR
o que é que tem?
o que é que há?
eles, canivete
eu sem patuá
constato.
aqui não é o meu lugar...

sábado, 22 de maio de 2010

sou romântica.
e valorizo o sexo forte.

romântica e a espera de flores
e da aliança que prometeste noite passada
e duas palavras

valorizo o sentido do contínuo
a sua prosódia ao dizer eu sigo

o seu amor comigo
a sua paixão ainda que passante

valorizo o abraço despido
e o engano já com luz

sou romântica.
sou.
e valorizo a raridade com a qual me presenteia

aguardo o casório, filhos, eternidade...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

meu cacho é vagabundo
eu sou vaga e uva
minha boca
entre tantos donos
perambula

meu doce é vagabundo
eu sou mundo e manga
o meu corpo
entre tantas bocas
se desmancha

meu vermelho é vagabundo
sou morango e tanta
o meu gosto
entra em tantos corpos
e se descansa
e não me pergunte o porque dessa vontade latente, que grita tudo isso e tanto dentro de mim.
nem queira saber desse meu respeito advindo do próprio respeito e porque gosto.
porque o que eu quero, decidi agora, vou fazer, como em Raul.
todas as vezes que o vejo, não o desejo mais, porém persiste um desejo meu que é fala.
que é fala, que é certeza, que quer exprimir-se.
não, não sou doida, nem sua.
não, não estou perdida, nem vou me perder...
estou muito achada, acho e sou amada.( soube antes de ontem)
o que me sobra agora é esta vontade farta.
que é fala
e já disse.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

nunca neguei ter transtorno bipolar.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

a dialética.

tanto subverte
e subverte
e subverte
que anoitece
que anoitece
e anoitece
e a noite tece
e ela amolece
ela amolece
amolece
(...)
deita para uma madorninha
nos braços da clareza essencial
vira-se pro bem
vira-se pro mal
oh, conceito assim... fatal!

e subverte.

segunda-feira, 10 de maio de 2010


Que me avassale!
Pedi com exagero
Aspirando uma paixão instintiva
E não veio.
E não vem...
E assim permaneço pendulante...
Entre o que poderia e o que não é.
Entre o que queria e o constructo.
Entre!
Digo e repito.
E enquanto tiras o sapato,
O vento bate a porta
Pareço não descobrir a chave
E assim permaneço deslumbrada...
Entre o concreto e o ilusório.
Entre o efêmero e o desalento.
Submeta-me.
Para que eu permaneça
Mais feliz, mas como agora estou.